Consciência: Espero que não estejas a insinuar que a culpa é minha!
Razão: E de quem mais seria? Ela só dá ouvidos á tua voz!
Razão: Mas provavelmente seria mais feliz…
Consciência: Duvido! Parece que não a conheces… Não ouves os pensamentos dela como eu? Não ouves as confusões que lhe assolam a mente? Ela sente-se tão confusa como nós. Mas nós temos de tentar mostrar-lhe que caminhos tem ela para seguir! Ela também te ouve, ao contrário do que tu pensas!
Razão: Não me acuses de ser insensível. Ao contrário do que toda a gente pensa a Razão também tem sentimentos, tenho é de ponderar até que ponto eles fazem bem ou mal. E não vês o quanto ela está a sofrer? Isso dói-me! Eu só quero o melhor para ela, e neste momento é não lhe perdoar, nem a ele nem aos que a magoam… Ela não pode continuar a deixar que a magoem! É egoísmo da parte dela, porque não se lembra de nós que também sofremos com as dores dela!
Razão: Sinceramente acho que se a magoaram não são assim lá grandes amigos! Se calhar está na hora de ela dar uma peneirada na vida e ver quem realmente merece estar ao seu lado!
Consciência: Errar é humano, e não perdoar é ser inflexível. Lá porque ela vive em constante preocupação em não magoar ninguém, isso não lhe dá o direito de exigir o mesmo dos outros. E ela também tem os seus defeitos. Não estaria ela a achar-se melhor que os outros ao não lhes perdoar as falhas?
Razão: E não estará ela a dar de mão beijada novas oportunidades de a pisarem ao continuar a perdoar todos os que a magoam?
Consciência: Temos mesmo de chegar a um consenso ou nunca a poderemos ajudar neste caso. De nada nos serve continuar a questionar as dúvidas que lhe assombram as noites… Perdoar ou não perdoar, eis a questão?!?
Razão: E se fizermos assim: deixamos-la perdoar, mas só quando já não se sentir magoada! A dor que ela sente é enorme e tão cedo não irá passar. Talvez dure o tempo suficiente para que quem a magoou se arrependa do que lhe fez e mereça o seu perdão!
Consciência: És capaz de ter razão. Por mais que ela seja boazinha tem de se fortalecer, tem de mostrar o se ponto de vista e proteger-se um pouco mais. Isso não significa que ela vá contra o que sente e o que é. Afinal é mais que sabido que ouça ela que voz ouvir vai acabar por perdoar. Mas até lá talvez cresça, tal como cresceu com as outras dores e mágoas anteriores.
Razão: Mas até dá pena vê-la assim…
Consciência: Era bom se pudéssemos fazer mais do que mostrar-lhe que alternativas ela tem. Se pudesse soprava-lhe no coração toda a felicidade que qualquer ser humano merece!
Razão: Mas a vez dela há-de chegar. Esta foi só mais uma pedra que encontrou no seu caminho, um dia terá construído um lindo castelo tal como dizia o nosso amigo Pessoa.
1 comentário:
Ola..
Sen dúvida este tipo de diálogo acontece com toda gente sobretudo quando se é o lesado. Penso que existe um lado racional e um emocional que fazem parte da consciência. Como não se possui o controlo total da consciência, por vezes é desejável ser-se racional, mas o lado emocinal é mais forte comandando as operações. O comando destas operações altera-se quando a consciência adquire a experiência necessária para tal.
Segundo o meu ponto de vista a felicidade deveria correr em torno do lado emocional, porém de acordo com a experiência adquirida, é necessário existir a partilha do comando entre a razão e a emoção para que a harmonia seja alcançada.
pedro l.
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