E sai um pensamento fresquinho...

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Teimosia...

Parece que este tempo é teimoso... sempre a teimar, a teimar...

Já te disse que tens de passar mais depressa quando estou assim, porque teimas em fazer sempre o contrário do que te peço?

Parece mesmo de propósito. Parece que gostas de me ver assim!

É nestes dias em que se olha para trás e se sente que se está parado há demasiado tempo... Gostava de me ter afastado, de não ter sido aquela fraca e moldável á tua vontade... Agora passo o tempo a pensar em ti, maldito tempo que não me sais da cabeça.

Parece que só me dá para escrever quando o tempo me comanda. Quando me tira as forças e as gotas recomeçam a rolar... Já nem sei bem porque... Simplesmente porque estou cansada da tua teimosia!

Já te esqueci, mas a tua recordação teima (como a tua teimosia me revolta) em voltar para assombrar os meus dias e todos os recantos do meu humilde ser...

Porque tenho pernas mas elas não me podem levar até ti...
Porque tenho olhos mas vejo-te até com eles fechados...
Mesmo quando não estás ouço a tua voz, sinto o teu perfume, o teu toque...

Mas tu és só tempo, não tocas, nem tens cheiro... Mas a tua teimosia personifica-te, torna-te real na minha vida, dá-te corpo... E deixa-me louca de raiva porque nunca fazes o que te peço, e até quando peço que me deixes e nunca mais voltes, nem nesses momentos deixas de ser o que és, TEIMOSO, e não te vais...

E como não fazes o que te peço, peço-te o que não quero, e então peço-te que fiques, à espera que vás... Mas tu adivinhas sempre as minhas intenções... E depois de tanto pedir que fiques a minha vontade molda-se e o meu desejo funde-se com o meu pedido, e então tu vais...

Queria tanto que deixasses de ser teimoso...

3 comentários:

Anónimo disse...

Saudades da teimosia...

Ju disse...

Isso é mesmo uma afirmação ou é suposto ser uma pergunta? lol

Anónimo disse...

Diga-se também assim:

mares doces. utopia
sonhos e maré vazia
carangueijo persistente
fussa no lodo e a gente
passa apresada adiante
só pensando na vazante
que leva o barco para a foz
ouve-se do cais uma voz
perguntar se temos nós
a certeza de voltar
porque com tanta destreza
nos esquecemos sobre a mesa
da carta de marear

tantas vezes, tantos dias
por causa de teimosias
nós perdemos a vontade
de ouvir outra verdade
de deixar entrar o ar
só pensando em acabar
mesmo que fiquemos sós

ouve-se do cais uma voz
perguntar se temos nós
a certeza de voltar
porque com tanta destreza
nos esquecemos sobre a mesa
da carta de marear, de marear, de marear

ouve-se do cais uma voz
perguntar se temos nós
a certeza de voltar
porque com tanta destreza
nos esquecemos sobre a mesa
da carta de marear, de marear, de marear

Tão bem dito pela Letra de Kalú, dos Xutos & Pontapés