E sai um pensamento fresquinho...

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Uma aventura na cozinha

As pessoas que me conhecem devem estar a pensar: Tu, na cozinha? Tá bem tá... Mas queres enganar quem? Pois, mas é verdade... Esta semana resolvi aventurar-me numa das divisões que menos gostava!

Nunca gostei muito de cozinhar, sempre fui um bocadinho preguiçosa e se os outros cozinhassem menos trabalho para mim, por isso, tanto melhor! Mas descobri que cozinhar pode dar um prazer tão grande como comer... Então quando vemos o rosto das outras pessoas deliciadas com os nossos cozinhados, enchemo-nos de orgulho e ficamos com ainda mais vontade de cozinhar!

Decidi experimentar coisas novas, a minha Mariazinha, minha querida colega de casa, que é maravilhosa e de quem eu gosto muito, aderiu à minha ideia sem pestanejar e não se importou nada de ser minha cobaia. Só o facto de ter quem acredite que somos capaz ajuda imenso, por isso muito do mérito de as nossas refeições serem maravilhosas é dela...

Convidamos uma amiga para jantar cá em casa esta semana e partilhar connosco as nossas experiências culinárias... Fiz mousse caseira, salada russa com maionese caseira, mas a nossa última refeição foi mesmo a melhor! Começamos com uma sopinha de couguettes que ficou de se chorar por mais, seguiram-se umas beringelas recheadas com atum que estavam divinais e terminamos com um bolo de banana acompanhado por uma bola de gelado de baunilha e coberta por caramelo caseiro.

Eu e a minha Mariazinha sempre pensamos abrir um negócio clandestino na cave... lol (brincadeirinha) pensamos em abrir uma cave de estudo, mas depois achamos que ficava melhor no terraço, um Terraço de Estudo com sons do piriquito a cantar, os pássaros nas arvores, tudo muito relaxante... E então, visto que andamos numa de cozinha descobrimos o negócio ideal para a cave, um Restaurante... Visto que as dimensões são um bocado reduzidas para restaurante informo que refeições cá só com reserva... Estão abertas aqui as inscrições!!! ;)

Só para terminar, não digam nada à minha mãe... Mas eu ADORO cozinhar!!!

domingo, 17 de junho de 2007

A máscara do tempo

Aqui fica um texto da minha autoria escrito há uns tempos atrás e que me deu vontade de partilhar... Andava eu a vasculha por aqui no meu computadorzito e encontrei-o :)

Espero que gostem ;)

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Chegou. Mais um daqueles dias em que as coisas parecem fazer sentido mesmo quando terrivelmente arrasadores da felicidade!

É nestes dias em que as horas parecem chegar com mais dificuldade. Onde a saudade flúi exponencialmente...

De repente alguém se aproxima e começamos a pensar se a máscara se descaiu e mostramos o nosso verdadeiro estado de alma.

Por vezes dá vontade de o fazer, de finalmente sermos um ser sem falsidade. Mas será que não seremos falsos de qualquer das maneiras. Ao mostrar-nos não estaremos a tentar ser diferentes, e ao tentarmos ser diferentes não estaremos a tentar chamar a atenção?

E então aquelas perguntas sem resposta surgem numa catadupa de emoções e pensamentos que há muito não voltavam. Porquê a mim? A culpa é minha? Etc...

Será que algum dia terão resposta? (mais uma pergunta)

E então o dia acaba, mais um se aproxima. A noite cobre, muitas vezes esconde até os sonhos, aqueles que teimam em não desaparecer e atormentam o dia seguinte. Mas será que devemos ignorar esses sonhos quando são o que de mais profundo podemos desejar, só porque nos dizem (e também sentimos) que nunca se irão realizar?

E então a decisão é não pensar mais, os pensamentos trazem sentimentos, e estes mais pensamentos. Já chega de bolas de neve no Inverno!

E já chega de Inverno no meu peito...

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Leva-me para o lar

- Então? Não se sente mais fresquinha agora depois do banho?
- És uma peste, eu não queria nada tomar banho... Quero ir p'ro lar, leva-me p'ro lar!

Começa assim uma manhã de estágio a não esquecer... Com uma senhora de 95 anos que não se segurava em pé mas que me pedia a bengala... Que não comia nem metade da comida que eu com tanto custo lhe tentava dar, e que me insultava por não lhe dar bolachas...

- No lar dão-me bolachas... Leva-me p'ro lar!

É estranho, pensei eu naquelas palavras, normalmente as pessoas têm uma imagem pouco carinhosa dos lares, imaginando-os lugares onde se "despejam" os não activos, os anosos da nossa sociedade, aqueles cujas famílias não têm "tempo" para estar com e cuidar de.

- Então a Sra quer ir p'ro lar? Não é bem tratada aqui?
- A irmã B. está à minha espera com o feijão verde, vai arrefecer... E lá ela da-me duas bacias, uma para as cascas, e outra as {palavra que não compreendi}! Mas vai buscar-me a bengala da M. que eu quero ir lá abaixo...

E foi então que eu compreendi que era para aquilo que todos caminhamos, para um discurso incompreensível, onde o presente e o passado se misturam na continuação da mesma frase e o nosso cérebro é incapaz de distinguir o agora e o aqui do antes e do lá.

A verdade é só uma, as coisas que nos marcam são as que ficam, por mais incoerente que o nosso discurso possa ser. E o lar, que para aquela senhora era a sua verdadeira casa, o sítio onde conhecia de cor todos os que lhe davam bolachas, ou o feijão verde, ou as bacias, ou as mantas pretas que tantas vezes me pediu dizendo que eram as mais quentinhas... E o lar, o nosso "lar" são também as pessoas que nos marcam o passado e nos tornam o presente numa saudade eterna mesmo que estando afastados apenas por curto tempo... Mas o que será para aquela senhora o tempo, não o verá certamente como eu, e acredito que aquela estadia de alguns dias longe do seu "lar" é tão dolorosa como a minha longe do meu... Que é o meu passado, aquele que me tornou na que fui, na que talvez ainda seja, na que não sei se serei... E por isso esta é a minha vez...

Levem-me para o "lar"

O início desta aventura

- Se tenho um blog? Tenho, tu não?
- Já tive, apaguei-o...
- Oh! Porquê?
- Más audiências... lol
- Tonta...

E foi assim, após o insulto mais ouvido pela minha pessoa (tonta) que decidi iniciar-me nesta nova aventura...
Claro que não há amor como o primeiro, o meu menino blog número 1, que jaz no jardim das tabuletas da internet, terá sempre um lugarzinho especial no meu coração. Mas não é por um amor não resultar que se desiste de amar, não é vero? Então cá estou eu de volta para mostrar que sou a que fui, talvez com uns melhoramentos, mas com a mesma vontade de por cá para fora o que me entulha a alma e vos ocupar uns minutos com as minhas "aventuras"...