E sai um pensamento fresquinho...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Vem sentar-te comigo...

Hoje acordei com um enorme sorriso nos lábios.
Inspirei fundo e senti-me invadida pela felicidade de te ter mais perto!
Caminhei descalça até ao banho, sentindo o frio do chão contrastar com o calor que me aquecia o coração esta manhã...
Enquanto a água morna descia pelo meu corpo imaginava-me regressar ao meu quarto e encontrar-te lá à minha espera!
Enxuguei-me lentamente enquanto observava a minha pela a brilhar com as pequeninas gotas de água que me cobriam...
Regressei ao quarto onde não estavas e deitei-me sobre a cama, a mirar o tecto que um dia quero encher de estrelas.
E adormeci...
Nesse meu pequeno sono fui acolhida num sonho, num verdadeiro sonho...

Estávamos sentados num jardim, descalços, sentindo a relva fresca no meio dos dedos e riamos juntos devido provavelmente a qualquer parvoíce que eu possa ter dito. E no meio das nossas gargalhadas como que instintivamente as nossas mãos uniram-se.
Coramos, e afastamos as mãos rapidamente, irremediavelmente assaltados pela timidez...

E o que não passava de um daqueles sonhos em que somos espectadores e ficamos simplesmente a assistir ao desenrolar dos acontecimentos tornou-se num daqueles sonhos que nos parecem tão reais como se estivessem efectivamente a acontecer.

Ficamos a olhar-nos por momentos e o carinho que via nos teus olhos aquecia-me o coração de uma maneira que quase chorei...
Com a minha mão esquerda segurei a tua mão esquerda voltada para cima e o meu indicador direito percorreu toda a tua linha da vida, enorme, como a minha, e sorri...
Perguntaste-me porque sorri e respondi fugazmente, com um brilho nos olhos:
"Vais aturar-me tantos anos"
Sorriste também e as palavras "ainda bem" saíram da tua boca como que flutuando magicamente até mim.
Sentia todo o meu corpo vibrar de antecipação, continuava a sentir a tua mão na minha, desta vez não a afastaste e com um sorriso matreiro a desenhar-se nos teus lábios voltaste-a e agarraste a minha. Fechei os olhos, incontrolável e inconscientemente, e só os voltei a abrir quando senti a tua respiração e os teus lábios tocarem a minha testa.

O teu sorriso trocista continuava ali, como que a provocar-me, assim como as tuas palavras...
"Pequenos gestos! Do que mais gostas, certo?" E num impulso a minha mão largou a tua, os meus braços envolveram-te o pescoço e abracei-te, apertado, toda eu junto a ti. Toda eu esperança, toda eu expectativa, enquanto os teus braços me rodeavam a cintura e o teu rosto se afundava no meu cabelo.
Afastamo-nos ligeiramente, o suficiente para nos olharmos, e instintivamente os nossos lábios uniram-se, e o formigueiro que senti percorrer-me todo o corpo foi tão intenso que me fez acordar.


Fiquei sentada na cama uns bons momentos, digerindo o sonho do qual acordava, sentindo a pulsação por todo o meu corpo, sentia-me latejante, a formigar, vibrante, estranhamente feliz como se o sonho estivesse em iminência de acontecer...


Sei que assim o não é! Sei que "espera" é a palavra que me vai acompanhar por mais uns tempos, talvez para sempre, talvez só até o meu coração se cansar de tanta velocidade de batida...

A mim resta-me ficar assim, num estado de latência, num semi-sono que me faz suspirar pela casa, que me faz sentir com 15 anos...


Sonhar é muito bom, mas é uma pena enorme quando sonhos tão lindos demoram ou nem chegam a realizar-se...



Vem meu pequenino, vem realizar o meu sonho, vem sentar-te comigo!

1 comentário:

Angelina disse...

Quem sabe se o sonho não se torna realidade...

Um beijo grande.